terça-feira, 23 de agosto de 2011

Atentado contra o patrimônio histórico e cultural de Nova Serrana

A informação de que o cruzeiro da Capelinha fora queimado, chegou à redação desse Popular na quarta-feira (17). Dois dias depois, na sexta-feira, levamos a secretária de Cultura, Elaine Conceição Santos Costa para averiguar o fato. Ao chegar no local constatamos um verdadeiro atentado contra o patrimônio histórico e cultural de Nova Serrana. O cruzeiro foi queimado e o que sobrou, roubado.
A pequena quantidade de madeira queimada e as marcas em toda a escadaria indicam que a base da cruz foi queimada, a madeira arrancada e arrastada por toda escada que dá acesso ao local. No chão só restou cinzas do que um dia foi um patrimônio centenário. Ao chegar na estrada de terra que dá acesso à serra, as marcas desaparecem. Tudo indica que os vândalos utilizaram algum veículo para levar a cruz que era pesada o bastante para ser carregada.
Há referências da existência, em 1899, de uma capela de São Sebastião entre o que é hoje a matriz de São Sebastião e a praça Padre Libério (antigo cemitério). Em 1911, Francisco de Assis Freitas, doou 20 hectares de terra para construir a igreja que foi derrubada para a construção da atual matriz de São Sebastião. Em 1924 a igreja fica pronta. Uma cruz de madeira (aroeira) foi instalada próxima ao local entre 1911 e 1924. Em 1944 dá-se a conclusão da capelinha de Nossa Senhora do Carmo, construída pelo pároco da cidade na época, Padre Libério, que ficou em Nova Serrana entre 1936 e 1946. A tal cruz, conta a memorialista Beatriz Freitas, que também acompanhou nossa equipe, foi carregada por populares até capelinha.
Levada ou não pelo povo o que é fato é que a cruz instalada entre 1911 e 1924 próximo à igreja matriz foi transferida em 1944 e se tornou o cruzeiro da capelinha, que permaneceu no local até que fosse covardemente destruída há menos de um mês. Como o local é pouco visitado, (praticamente a visitação em massa só acontece na sexta-feira da paixão) quase ninguém ainda sabe do ocorrido.

A secretária de Cultura, Elaine Costa, que acompanhou nossa reportagem até o local, ficou chocada com o fato e disse que pediria ao prefeito, urgentemente, que colocasse uma pessoa para vigiar o local evitando assim mais danos ao patrimônio. A secretária também contou que todo o entorno da capelinha faz parte da área que está sendo tombada como patrimônio histórico, cultural e ambiental de Nova Serrana. "Recebemos a visita de uma historiadora e de uma arquiteta que elaboram a documentação e já enviaram para o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA).